28 de mar. de 2010

Permacultura - Princípios éticos







1. CUIDADO COM A TERRA
O Planeta é mais do que nossa casa: é o nosso corpo. Portanto devemos cuidar dele e de todos os seus elementos, vivos ou não: águas, solos, atmosfera, toda variedade de espécies animais e vegetais, bem como seus habitats, e os ciclos biológicos.
Isto implica em atitude inofensiva e ao mesmo tempo reabilitante, em conservação ativa e no uso de recursos naturais de forma ética e frugal.

2. CUIDADO COM AS PESSOAS
A Humanidade representa uma pequena parcela da totalidade dos sistemas vivos, mas apesar disto nós causamos um impacto violento nestes.
Ao cuidarmos das pessoas, suprindo suas necessidades básicas de alimentação, abrigo, educação, trabalho satisfatório e contato humano satisfatório de forma equilibrada, estaremos também cuidando da Terra.

3. CONTRIBUIÇÃO DO EXCEDENTE
Após termos suprido nossas necessidades básicas individuais ou familiares, tendo projetado nossos sistemas da melhor forma possível, poderemos expandir nossas energias para auxiliar outros no alcance desses mesmos objetivos.

Por ser um sistema de design, a Permacultura vale-se de princípios operacionais, sendo todos eles fruto da observação da Natureza:

PRINCÍPIOS

1) UTILIZAÇÃO DE RECURSOS BIOLÓGICOS (Renováveis)
Através do uso de lenha como combustível; de esterco e ervas (esterco verde) como fertilizante; de galinhas e porcos na aração; de minhocas na aeração do solo.
Utilizando plantas que atraem insetos predadores ou plantas que atraem aves predadoras no controle de pragas e insetos.
Procedendo o controle de ervas daninhas, colocando gansos na capina.
Mas ATENÇÃO: Tem que ter MANEJO ! Tem a hora certa p/ introduzir.
Interação com a Natureza X Automatismo.

2) ACELERAÇÃO DA SUCESSÃO e EVOLUÇÃO NATURAL
“Cada estágio cria as condições certas para o próximo estágio”
É possível abreviar etapas:
Utilizando o que já está crescendo no local, cortando e usando como “mulch”.
Introduzindo plantas para a correção do solo (acidez, alcalinidade, salinização, erosão, cansaço, alagamento).
Cooperar X Competir

3) DIVERSIDADE
Consórcio em contraposição à monocultura.
Um sistema de elementos (plantas, animais e estruturas) que trabalhem harmoniosamente juntos.
Espécies que não causem prejuízo umas às outras
Não competição por luz, água e nutrientes.
Resultado : maior produção e estabilidade
Auto-suficiência alimentar X Atividade lucrativa.

4) EFEITOS DE BORDAS
Exemplo de bordas: terra/água, floresta/campo, estuário/oceano, pomar/plantações.
É na interface entre dois sistemas que ocorre a maior diversidade de fauna e flora. As bordas contem espécies dos dois sistemas, além das que lhe são próprias.
Criar e Planejar os limites de sistemas. Canteiros, espiral de ervas, horta mandala, açudes. PADRÕES.
Desenho natural X Geometria racional.

5) CICLOS ENERGÉTICOS
A 2ª Lei da Termodinâmica enuncia que a energia é constantemente perdida, ou se torna menos útil ao sistema, ao longo do processo.
No entanto, é através de uma constante reciclagem que a vida na Terra prolifera (interação entre plantas e animais).
O objetivo é, além de reciclar e aumentar a energia do sistema, captar, armazenar, utilizar antes da degradação, até o nível de uso energético mais baixo.
Tudo é Recurso X Cultura do Desperdício

6) SISTEMAS INTENSIVOS
(Escala possível/Humana)
Sistemas centralizados, industrializados, são implantados em grandes áreas, e se utilizam de tratores, aviões pulverizadores, colheitadeiras, carretas de transporte, e são administrados para obter lucro financeiro.
Sistemas intensivos priorizam o design de áreas em escala adequada, e utilizam certa quantidade de trabalho humano, o uso de ferramentas manuais, a acumulação gradual de plantas produtivas perenes, recursos biológicos, tecnologias alternativas para a geração e economia de energia, e uso moderado de máquinas, de forma que haja o controle por parte de quem maneja, para a produção suficiente de alimento.
“Comece a planejar a partir da porta da casa, e trabalhe em sistemas pequenos e intensivos, desenvolvendo o núcleo por completo, antes de ir adiante”. Ex.: Filipinas (12 m_).
Nossas energias são dedicadas a espécies às quais temos acesso, e não aquelas que possam estar no meio de um vasto território sem limites definidos.
Escala humana X Escala industrial

7) PLANEJAMENTO ENERGÉTICO Eficiente
Em qualquer área ou situação é necessário realizar antes de planejar, o levantamento de todos os fatores externos (energias) que incidirão na produção e vida local.
7.1 Os Setores (Sol, Ventos, Chuvas, Tempestades, Fluxo de Água, Fogo, Invasões).

O zoneamento das atividades deve obedecer ao critério de periodicidade e intensidade de cuidados.
7.2 Por Zonas

Z 0 – casa, galpão, outros prédios
Z 1 – ervas, estufa, viveiro, horta, composto
Z 2 - pequenos animais, pomares
Z 3 - plantação principal
Z 4 - pastagem p/ gado
Z 5 - floresta

Deve-se considerar sempre a topografia do terreno, pois a lei da gravidade deve estar a favor do sistema, e nunca contra.
7.3 Declividade – (lei da gravidade). o caso das águas

Os sistemas são compostos de elementos que exercem funções:
ELEMENTOS: Casa, estufa, cerca, açude, galinheiro, horta.
FUNÇÃO: Alimentar, aquecer, fornecer água, arar, proteger

8) CADA ELEMENTO EXECUTA MUITAS FUNÇÕES.
Ex.: o AÇUDE é reservatório de água, abriga peixes, barreira contra fogo, e espelha o Sol.

9) CADA FUNÇÃO IMPORTANTE É EXECUTADA POR MAIS DE UM ELEMENTO.
Ex.: a ÁGUA poderá ser proveniente de córrego, açude, água da chuva (cisterna), rede pública, frutas.

10) INTERCONEXÃO (LOCALIZAÇÃO RELATIVA)
Planejar a rede da vida no local que se é responsável, de maneira dinâmica e sustentável, de tal forma que se preservem os ciclos vitais.

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